Se você está achando que os filmes da Marvel andam meio chatos e de fórmula pronta, se prepara: Thunderbolts* chega com o pé na porta e o coração na mão.
Esquece aquele grupo perfeitinho de heróis com ideais inabaláveis — aqui, o que temos é um time cheio de traumas, feridas mal cicatrizadas e personagens que nem sabem se deveriam estar salvando alguém… ou a si mesmos.
Logo de cara, Thunderbolts* impressiona por fazer o que poucos blockbusters se arriscam: mostrar o peso que cada personagem carrega.
Sim, o Sentinela é superpoderoso. Mas o maior inimigo dele não está do lado de fora — está dentro. Literalmente. Ele convive com o Vácuo, uma entidade sombria que representa sua luta contra a depressão.
O filme não suaviza esse tema. Ele encara a saúde mental de frente, com coragem e sensibilidade.
A metáfora é forte: como lutar por um mundo melhor quando você mesmo não enxerga valor em si? O Vácuo não é apenas uma força de destruição — é a ausência de sentido, o peso que devora de dentro, a voz que mina qualquer tentativa de conexão ou pertencimento. O filme não tenta romantizar a depressão. Pelo contrário, ele a retrata como ela é: silenciosa, insidiosa e profundamente real.
O filme acerta ao mostrar o que é conviver com uma escuridão constante, que ameaça te engolir mesmo quando tudo ao redor parece normal. É pesado? É. Mas também é profundamente necessário — e surpreendentemente sensível.
Apesar do tom mais sombrio, Thunderbolts* não é um filme arrastado ou excessivamente dramático. Ele tem cenas de ação bem coreografadas, tensões reais e um humor sarcástico que surge nos momentos certos — sem quebrar a imersão.
A dinâmica entre os personagens é o ponto alto. As interações são caóticas, divertidas, dolorosas e humanas. Não é sobre heróis perfeitos salvando o dia, é sobre pessoas imperfeitas tentando não afundar — e talvez fazer algo de bom no processo.
No fim, Thunderbolts* é sobre isso: pessoas quebradas, tentando encontrar propósito no meio do caos. E, de alguma forma, é exatamente isso que faz a gente torcer por elas.
É o tipo de filme que você sai do cinema pensando. Pensando nos personagens. Pensando na vida. Pensando em quantas vezes a gente tenta esconder nossas próprias versões do Vácuo.
Então sim, vale muito a pena assistir. Não só porque é Marvel, ou porque tem ação de qualidade. Mas porque, no fundo, Thunderbolts* fala sobre todos nós — e sobre o que fazemos quando nos sentimos perdidos.
Ah.. Não saia correndo do cinema, pois há DUAS CENAS EXTRAS!
Veja também: